sexta-feira, 7 de junho de 2013

Arte no período da Primeira Guerra Mundial



Quando falamos em Primeira Guerra Mundial, na arte podemos considerar grande importância e frisar que o conflito empreendeu uma quebra de paradigmas e valores. Essa ideia de ruptura tem como base a antiga imagem que se tinha do Velho Mundo, lugar de progresso, ciência, modernidade, racionalismo e ordem. Sem dúvida, intelectuais de outras regiões do mundo tinham esta impressão e assim colocavam a Europa como um exemplo a ser seguido. Após tanta destruição e morte causada pela guerra, muitos artistas mudaram seu jeito e crença sobre determinados aspectos da arte do ponto de vista dos mesmos, perdendo sua fé na arte abstrata, muitos acreditaram que parecia fútil e superficial em um momento em que milhões de pessoas morriam, cidades inteiras sofriam com a escassez de alimentos, a corrupção política florescia e os soldados mutilados na guerra retornavam. Os artistas pertencentes a um movimento conhecido como Neue Sachlichkeit (Nova objetividade) acreditavam que, para abordar esses problemas, a arte não deveria se dissociar da experiência da vida quotidiana, perseguir ideais filosóficos abstratos ou investigar a psicologia individual de seu criador. Esses artistas, entre eles George Grosz e Otto Dix, defendiam uma volta a modos de representação mais tradicionais, além de um comprometimento direto com as questões sociais e políticas urgentes da época. O Vendedor de fósforos (1920, Staatsgalerie, Stuttgart), de Dix, por exemplo, rejeita o cubismo, o expressionismo e a abstração em favor de um tipo de representação de compreensão mais imediata.

Na pintura a abaixo Dix expõe, quase foto graficamente, o descaso dos passantes diante do sofrimento de um ex-soldado cego e paralítico. A produção dessa fase do artista constitui uma espécie de crônica ácida e indignada do ambiente alemão do período, o que vale a sua prisão em 1939 e a condenação de sua obra como arte degenerada.
A obra de Dix flagra a hipocrisia e frivolidade da sociedade berlinense do pós-guerra.

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